Mensagem do Presidente

Seja muito bem-vindo(a) à XXIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira: a Bienal mais antiga da Península Ibérica!

Se há um momento singular na história portuguesa, se há um dia que representa, na nossa memória coletiva, a força de um povo, esse dia é o 25 de Abril de 1974. Já passaram 50 anos, mas a coragem e determinação dos capitães de Abril e a vontade de mudança da população não estão ainda esquecidos. Nem poderiam estar! O país mergulhou, então, na mais linda aventura que um povo pode viver: a construção de um novo Portugal, “inteiro e limpo”.

É no contexto pós-revolução que, em 1978, se organizam em Vila Nova de Cerveira, pelas mãos de Jaime Isidoro (Galeria Alvarez), os V Encontros Internacionais de Arte e a I Bienal Internacional de Arte de Cerveira. O tempo era de intervenção artística como modelo recuperado de expressão livre. As palavras de ordem eram a liberdade de expressão e o experimentalismo.

A nossa vila iniciava a sua metamorfose

A Bienal Internacional de Arte de Cerveira é, por isso, corolário das conquistas de Abril e hoje, passados 46 anos, já se afirmou como um dos acontecimentos mais marcantes das artes plásticas do nosso país e um evento de referência para a cultura artística nacional e internacional.

Permanece, na sua essência, como um local de encontro, criação e experimentação artísticas, descentralizador e consolidador da oferta cultural da região Norte e do país.

Um reconhecimento que ultrapassa fronteiras, se pensarmos nas inúmeras distinções recebidas, como são exemplo os prémios atribuídos pela Associação Portuguesa de Museologia (APOM), incluindo o de “Melhor Museu Português em 2019”, e o selo “Europe for Festivals, Festivals for Europe”, promovido pela European Festivals Association, com o apoio da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu que visa reconhecer a qualidade dos eventos europeus.

A Arte e a Cultura desempenham, para nós, um papel fundamental na promoção da Liberdade, da Democracia, do crescimento social e educativo da sociedade. São uma ferramenta poderosa para a expressão individual e coletiva, para a construção da nossa identidade e para a criação de espaços de diálogo e intercâmbio.

Por isso, ao longo do biénio 2023/2024, a Fundação Bienal de Arte de Cerveira tem vindo a celebrar Abril e a Liberdade através de uma reflexão conjunta de artistas, pensadores, mediadores e visitantes. E é nesta perspetiva que se inscreve a XXIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira, que desafia diretamente os seus públicos com a questão: “És livre?”.

Partindo da criação artística contemporânea plástica e visual, esta edição voltará a ficar marcada por uma aposta em três vetores: internacionalização, educação e aproximação aos Cerveirenses e às freguesias, voltando a promover o sentimento de pertença e identidade dos habitantes do nosso concelho.

O projeto político saído do 25 de Abril, em que se ambicionava a promoção da dignidade, da igualdade de oportunidades, de acesso à cultura, da justiça, do trabalho e dos direitos sociais, tem de ser continuado.

Este dia será para sempre determinante no caminho para a Democracia, para a cultura e para a Liberdade e na XXIII Bienal Internacional de Arte de Cerveira queremos celebrar a Arte e o seu imprescindível papel para a construção conjunta de uma sociedade mais livre, mais justa e mais plural.

Uma palavra dedicada às equipas envolvidas na organização deste evento, aos fundadores e sócios-fundadores da FBAC, artistas, mecenas, patrocinadores e parceiros, aos cerveirenses e públicos de todo o mundo que nos visitam: Obrigado! Obrigado por terem construído a Bienal e continuarem a fazê-lo; tornaram possível e continuam a materializar a utopia inicial: a Bienal Internacional de Arte de Cerveira.

Para si, em especial, que está aqui hoje: desfrute deste projeto que também é seu!

Celebremos juntos a Liberdade e a Arte de criar!

Rui Teixeira
Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira e do Conselho Diretivo da Fundação Bienal de Arte de Cerveira